29.9.08

Um singelo mês...






(imagens blog da Ana - http://www.anaterrailustra.blogspot.com/ e Elma - http://tempodeternuras.blogspot.com/)

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando eu te conheci:
um sorriso na porta,
um beijo roubado,
um café com rosa.

Conversa entre dedos,
vinhos, livros e filmes,
sonhos voadores.

Pequenos gestos que
mudaram minha vida num segundo.

CLARIDÃO disse...

imagem!

André Neves disse...

Elisandro, a internet aproxima leitores que não conhecemos. Bom entrar no seu blog e ler seus palavras. Bom também ver as ilustrações das meninas por aqui. Elas são muito talentosas. Obrigado pelos comentários e volte sempre.

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento