O que virá com o final da tarde pensa ele. Sim, ela virá! Não o final da tarde, mas a menina que sopra peixes dentro de bolas de sabão. Que come algodão. Que brinca de se esconder embaixo dos cobertores. É isso que virá, e a pressa não se demorá a chegar. Ele fica a brincar, esperando o fim da tarde chegar. Brinca de soprar vento com palavras. Brinca de escrever no céu e soprar as palavras. Inventa brincadeiras com os pés e com as mãos. Mas a tarde custa a terminar.
Brinca de recordar, e assim recorda os momentos de brincadeira com a menina. Os momentos de se tirar o ar da boca e colocar dentro do outro, partilhando o mesmo ar que se respira. Brinca de visualizar o futuro. Uma noite fazendo casinha de cobertores. Um dia voando juntos. Um outro dia pulando e dançando ao som de dós, fás e sóis. E assim a tarde vai passando aproximando a noite. Aproximando ele do abraço e do beijo. Quando o fim da tarde chega, chega também o gosto e o aroma dela. Ele pega carona no elefante voador e vai concretizar a brincadeira que brincou.
Elisandro Rodrigues
Setembro de 2008 - 09/09/08
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