Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:
O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.
Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.
[...]
1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.
3 comentários:
Quando eu te conheci:
um sorriso na porta,
um beijo roubado,
um café com rosa.
Conversa entre dedos,
vinhos, livros e filmes,
sonhos voadores.
Pequenos gestos que
mudaram minha vida num segundo.
imagem!
Elisandro, a internet aproxima leitores que não conhecemos. Bom entrar no seu blog e ler seus palavras. Bom também ver as ilustrações das meninas por aqui. Elas são muito talentosas. Obrigado pelos comentários e volte sempre.
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