Dia inútil. Produção zero. Não conseguia compreender o por quê do mundo ser do jeito que é. Das pessoas terem que se matar trabalhando. De não Ter tempo para si mesmo. Tempo para o seu tempo. Pensava isso no final da tarde de Sexta. Em cima de sua mesa vários projetos e documentos a serem encaminhados. Não fizera nada ainda. E o dia estava terminando. Sua mente pairava em outros lugares, em outros mundos. Durante o dia leu diversos blogs, diversas hq´s, tirinhas. Navegava sem rumo na internet. Pulando de página em página. Lendo coisas inúteis e poucas úteis. Se bem que sua compreensão estava além de distinguir a utilidade da não utilidade. Largou o que estava fazendo e saio. Lá fora o sol estava forte, o vento de primavera levantava as folhas de árvores e os papéis do chão. Alguns passarinhos cantavam ali perto. Saio caminhando em direção ao pôr-do-sol. Sentou-se na grama de frente para o rio e ficou lá. Permaneceu lá até a noite chegar. Com a noite o frio aumentou. Mas permaneceu lá sentado. Ainda hoje ele está sentado lá. Não o vemos, mas ele ainda está lá.
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