22.2.07

Enfeitiçado de Amor Puro

“E o coração de quem ama, fica faltando um pedaço, que nem a lua minguante que vem o meu em seus braços...”*

Hoje é um daqueles “dias frios, um bom lugar para ler um livro e o pensamento lá em você, eu sem você não vivo...” Doce loucura esta de sentir o que estou sentindo. Doce pois me lembro de seus beijos...estou imerso nestes pensamentos, de tão fundo que estou chego a senti-la me abraçando, com seu abraço gostoso e prazeroso.
Não sei o que acontece comigo, o que se passa com o meu coração. Sinto você em meu corpo, sinto-a perto de mim. Loucura. Paixão. Paixão louca sem rumo, a não ser a sua trilha. Me sinto perdido...perdido de paixão....
Não deve existir encantamento mais forte do que este que me lançaste, pois o que usaste em mim deve ser um de Puro. Amor para deixar-me do jeito em que estou, louco de paixão. Até digo “meu amor, eu juro, ser teu e de mais ninguém...o que há dentro do meu coração eu tenho guardado para te dar...”
A paixão é algo gostoso, mas as vezes chega a doer, pois de tão forte que é, sentimos a necessidade desse amor do nosso lado. O doce que me deste estava enfeitiçado...de amor puro...
...“um amor tão puro que inda nem sabe a força que tem, é teu e de mais ninguém. Te adoro em tudo, tudo, tudo. Quero mais que tudo, tudo, tudo...”


Elisandro Rodrigues
Poeta apaixonado pelo beijo mais doce e pelo abraço mais gostoso...

*Musicas de Djavam “Um amor puro”, “Faltando um pedaço”, “Nem um dia”

16.2.07



O tesouro escondido no final do Arco-Íris Mágico

Hoje meu dia foi especial. Foi o ultimo dia de estágio da faculdade no Centro de Atendimento Infanto-Juvenil Arco-Íris Mágico. Mas ao mesmo tempo foi um dia triste, de muitas lágrimas. Triste, pois descobri que os Arco-Íris tem fim. Quando, depois de uma chuva, aparece o sol, podemos ter certeza que aparecerá um arco-íris em algum lugar deste nosso mundão, estes não duram muito, alguns minutos, quem sabe horas, mas logo acabam. Deste Arco-Íris Mágico que quero falar é diferente, este ficou vivo por quase 18 anos, e com certeza continuará vivo nos corações das crianças que passaram por lá.
Sempre falam que no final dos Arco-Íris está escondido um pote de ouro, neste era diferente, estava escondida muita brincadeira, muito cuidado, muito afeto e vontade de Ser mais Humano. Foram muitas as crianças que chegaram no final deste Arco-Íris Mágico, que se deslumbraram quando encontraram a felicidade do simples escondido lá, do simples ser criança, do simples brincar. E não era só crianças, que quando chegavam neste Arco-Íris Mágico se deslumbravam, eram adultos e jovens. Qualquer um que se aproximasse deste lugar encantador se encantava com a proposta simples: de brincar e Ser Humanos uns com os outros.
Como diz a Larisa, a diretora deste mundo encantado, na escrita do Plano Político Pedagógico (PPP), “as cores do arco-íris são harmônicas, que quando unidas produzem uma luz branca e pura”. Assim era esta casa onde acolhia estas crianças, que apesar de crianças construíam mundos, que valorizam as diferenças, que tem um senso critico capaz de espantar os adultos mais conscientes, que “são crianças responsáveis, mas não adultos em miniatura: são crianças cujo estado infantil é levado a sério, e que levam a sério o ato de brincar”. Esta luz se espalha por todos os lados, ofusca os olhos e nos leva a mundos mágicos, de fantasias e de realidades possíveis.
Uma mãe – Paula Mastroberti, artista e poeta, escreveu que esta “escola” é “um lugar onde a bagunça é organizada. Um lugar onde brincar não é sinônimo de desenvolver a coordenação e raciocínio. Um lugar onde a comida é gostosa e temperada com amor. Onde se briga, sim – mas depois se fazem as pazes. Onde atenção e carinho significam atenção e carinho, e não proposta pedagógica. Existe uma escola toda colorida, não de pinturas nas paredes, mas de vida. Onde a mágica não depende de fada ou de varinha, mas acontece em forma de abraços, beijos, bolachas e pirulitos...”
Meus amigos e minhas amigas, digo a vocês que eu tive o privilegio de descobrir este tesouro embaixo deste Arco-Íris Mágico, não fico mais triste depois de pensar neste tesouro que encontrei, se quem encontra este tesouro guarda-o com carinho e vai passando um pouquinho para cada um que encontrar, ele pode durar muito mais do que pensamos, e as outras pessoas ainda vão ter o gostinho de saber o que é achar um tesouro destes.
Eu estou passando este meu tesouro, um pouquinho dele, para vocês se deliciarem, como quando se come chocolate e se lambuza-se todo e toda. Como diz uma frase de Hadding Carter que estava em algum canto deste Arco-Íris Mágico “Existem dois legados que podemos deixar para nossos filhos. Um deles, raízes. O outro, asas”. Este Arco-Íris Mágico deixa raízes, asas, sabores, gostos, aromas, vontade de brincar, saudades, mas sobretudo deixa o tesouro de ter vivenciado a travessia, o encontro e o embelezar-se com o Arco-Íris Mágico. Se algum dia virem um arco-íris no céu, não pensem duas vezes vão atrás do que se esconde no final dele, com certeza ficaram mais felizes neste ato brincar, e quem sabe você acabe encontrando um tesouro por lá....


...Elisandro Rodrigues
Fevereiro de 2007 – 17/02/07Dia de encontrar arco-íris, tesouros e felicidades escondidos na simplicidade.
Feliz aniversário a uma Rosa

"E voltou, então, à raposa: - Adeus, disse ele... - Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. - O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. - Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa... - Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar." (O pequeno príncipe)

Somos responsáveis por aquilo que cativamos, muito importante esta lição que Saint Exupéry nos passa no pequeno príncipe. É por isso que escrevo este depoimento, neste dia especial, dia de festa, dia de aniversário da Rosa que somos responsáveis. Como alguém que foi cativado e que cativa, desejo neste dia, e digo neste dia, não aquele monte de coisas que sempre se diz em dias de aniversário. Mas digo que encantarei o Sol e a Lua para você, encantarei-os para que guiem e iluminem seus caminhos, mostrando as trilhas com menos espinhos e pedras. Falarei ao vento para que te leve os aromas da beleza, da simplicidade e da felicidade, e pedirei a água que cada vez que beberes ela sinta um pouco de saudade das pessoa que gosta e ama. Por fim peço aos deuses e deusas que regem nosso mundo, que lhe dêem estoques de utopias e sonhos, para que nunca pares de sonhar e imaginar um mundo melhor, uma vida melhor. Rogarei para que não esqueça, como o pequeno príncipe, de cativar as pessoas.

Bjos e abraços do teu sobrinho Elisandro

5.2.07

Sobre bolhas de sabão...

Vi hoje um menino brincando com bolhas de sabão, fascinado e encantado com a magia que as bolhas faziam ao subir ao céus. Perto dele, um velho adimirava a criança e refletia sobre as bolhas de sabão, disse ele para mim, "como são magnificas essas bolhas, são sensiveis, e estouram com o tocar amis suave do ar, são transparentes mas mostram infinitas cores, um arco íris que se mistura, acredito que assim são as pessoas, bolhas de sabão, sensivies,tenras e mistériosas, mas no fundo encantadoras pois fazem uma criança e um velho parar". Fiquei ali com ele, contemplando o menino, e admirando a poesia do velho.

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento