16.2.07

Feliz aniversário a uma Rosa

"E voltou, então, à raposa: - Adeus, disse ele... - Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. - O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. - Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa... - Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar." (O pequeno príncipe)

Somos responsáveis por aquilo que cativamos, muito importante esta lição que Saint Exupéry nos passa no pequeno príncipe. É por isso que escrevo este depoimento, neste dia especial, dia de festa, dia de aniversário da Rosa que somos responsáveis. Como alguém que foi cativado e que cativa, desejo neste dia, e digo neste dia, não aquele monte de coisas que sempre se diz em dias de aniversário. Mas digo que encantarei o Sol e a Lua para você, encantarei-os para que guiem e iluminem seus caminhos, mostrando as trilhas com menos espinhos e pedras. Falarei ao vento para que te leve os aromas da beleza, da simplicidade e da felicidade, e pedirei a água que cada vez que beberes ela sinta um pouco de saudade das pessoa que gosta e ama. Por fim peço aos deuses e deusas que regem nosso mundo, que lhe dêem estoques de utopias e sonhos, para que nunca pares de sonhar e imaginar um mundo melhor, uma vida melhor. Rogarei para que não esqueça, como o pequeno príncipe, de cativar as pessoas.

Bjos e abraços do teu sobrinho Elisandro

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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento