28.9.08

Fragmentos de um final de semana

Paixão. Um jogo inesquecível. Não por acaso um filme. Suor. Comida. Dormir junto. Dois gatos dormindo juntos. Tortas.Um botão de orquídea se abrindo. Um dedal – Amor é dedal procurando mão. Camarão. Tesão. Carro quebrado. Procura de hotel. Livros emprestados. Aritmética. Beco dos gatos. Calor. Conversas na madrugada. Documentário. Loucura. Beijos. Cerveja. Bolos. Amor.

Elisandro Rodrigues

Setembro de 2008

2 comentários:

Anônimo disse...

Não há nada melhor do que isso.
O saldo de um final de semana em todos os sentidos.. hmmm..


beijo com gosto de saudade...

amo-te.

Anna Rocha disse...

Ps: achei que realmente o Tibéluis existia.. pobre Belinha..

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento