13.8.07

Sobre uma letra de música e um conto de fadas...


Uma letra de música!

dos ditos que há na terra não
não há nenhum que já declare
já lhe exprima
beleza incerta qualquer coisa singular
só lhe conhece o silêncio das retinas
atrai os loucos e os devora feito mulher
embora guarde em sua alma uma menina
o seu não sei, o que ela tem vai muito além
distante dessa minha pobre rima
dos ditos que há na terra não
não há nenhum
(Ditos – Tijuquera http://tijuquera.com.br/)


Um conto de Fadas!
Perco-me ao procurar o meu amor. O caminho se faz longo. A jornada árdua. Mas não desanimo. Continuo a trilhar o caminho da paixão. Navego mares bravos. Percorro pântanos. Passo por florestas amaldiçoadas. Luto contra soldados e bandidos. Contra leões e dragões. Até chegar ao castelo onde meu amor é prisioneira. Subo até o alto do castelo, para desvencilhar a princesa de sua prisão. Mas ao chegar no topo, ao olhar e contemplar o horizonte fico espantado. Sento-me e admiro a beleza do horizonte. Vejo meu Amor-Princesa-Deusa correr em minha direção a procura do meu abraço. Abraço-a e faço da sua prisão a libertação, faço do castelo nossa morada e do horizonte nossa inspiração.

Elisandro Rodrigues
Agosto de 2007.

Encantado com a vista do castelo.

Um comentário:

Adri disse...

sabe aquela musica do chale azul??? me manda a letra? :)

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento