20.8.07

Sem Identidade


Muitas pessoas hoje vivem em uma crise de identidade. Os paradigmas não são mais os mesmos. O nosso mundo avança de uma forma muito rápida, onde as pessoas não conseguem acompanhar, onde é difícil de se acompanhar. O "stress" e a depressão tomam conta dos seres humanos, e assim às pessoas acabam perdendo a identidade, ficando sem rumo em suas vidas.
Existem outras que com o mundo globalizado, acabam querendo imitar as modas, tornando-se assim iguais ao que a mídia impõe. Também há aqueles que não sabem quem são mesmo.
Não sei onde eu estou neste universo de gente sem identidade. Só sei que perdi a minha identidade. Não sei onde. Não sei se foi na universidade, se foi na casa dos amigos e amigas. Se foi no passeio na Redenção ou no Gasômetro. Só sei que sou um homem sem identidade.
Um homem sem a Carteira de Identidade.

P.S: Depois de pensar e de escrever este texto, fui procurar minha carteira de identidade, acabei achando ela nos achados e perdidos da faculdade. Mas que existe muitas pessoas sem suas identidades, sem seu jeito, ou sem uma forma de Ser, isso temos bastante. Muita gente em crise e perdida.
Elisandro
Agosto de 2007.
Com a Carteira de identidade achada, mas a identidade, sei não...

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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento