10.1.09


"É muito gostoso
este nosso chamego
este nosso aconchego
esta nossa alegria de ser feliz"
.
.
.
Gosto
...quando ela me liga pela manhã me acordando dizendo para eu ir ao encontro dela. ...quando sua mão pega a minha e passeia sobre seu corpo mostrando caminhos e trilhas de desejo.
...quando nossos corpos se comunicam no silêncio mudo do prazer.
...quando o suor dos corpos se mistura misturandoocheironossodesexoeamor.
...quando conversamos e partilhamos a vida, a semana, os dias e anos já vividos.
Gosto disso por que gosto!

Elisandro Rodrigues

2 comentários:

Anônimo disse...

... "é fogo que arde sem se ver."

Bjoka Eno

Anônimo disse...

... "é fogo que arde sem se ver."

Bjoka Eno

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento