28.11.08

Companheira: Delírio, sonho, realidade....



Companheira (Zé Vicente)

Companheira me dá as tuas mão,

Eu necessito do amor que tu me dá.

Tua presença me anima a lutar

O teu abraço refresca o calor

Dessa jornada em busca do lugar

Onde seremos uma só nação. (ã....)

Láia, láia, láia...

Companheiro te dou as minhas mãos,

Te dou meu peito em mim vem repousar

Vem ser a chama que acende o coração

O meu desejo à vida que virá,

Felicidade enfim vai florescer

E amaremos sobre o nosso chão.

Que venham as lutas, a dor e a solidão,

Os passos lentos do povo a caminhar.

O nosso amor é fonte no jardim,

Pra saciar a sede de quem vem

Pra perfumar a estrada de quem vai

Pra festejar o dia do amor.

Os dias estão quentes, abafadas e solitários. As horas passam rápidas, o dia se esvai. Mesmo assim o vazio permanece. E este vazio de você, o seu corpo me faz falta, seu riso, sua fala alta, seu simples sorriso. Está noite delirei de febre e de paixão. No meio da noite me acordei, ou estava sonhando, e te liguei. Febre e paixão juntos não é coisa boa. Meu corpo todo dói. Minha fala não sai. Meus olhos estão pesados. Minha mente cansada como se ainda estivesse dormindo ou se estivesse há dias sem dormir. Dor de cabeça. Sintomas de um gripe no meio da primavera que mais parece verão. Ou será sintomas de falta de comunicação, de beijos e de abraços seus? Não sei muito bem, mas ando a beira de um colapso emocional.

Fico pensando na paixão e no amor em como é complicado se relacionar. Meus pensamentos voam e não encontram terra firma para pousar. Não sei ao certo o que sinto por você, mas é algo novo, diferente, Moska traduziu muito bem isso em sua música 'Não deveria se chamar amor' – o amor que eu tenho é um afeto tão novo, que não deveria se chamar amor, de tão irreconhecível, tão desconhecido, poderia se chamar nuvem.....poderia se chamar tanta coisa. Me sinto perdido querendo lhe contar tantas coisas também. Cada momento do dia é um fato, um sentimento, uma emoção, uma sensação, um objeto, uma fala, uma música....é tanta coisa que gostaria de partilhar.

Deixa te avisar, não dê bola para o que escrevo aqui, deve ser a febre voltando novamente. Preciso de uma xícara de café, quem sabe um cigarro para me acalmar, 'eu que não fumo queria um cigarro...', tudo vira música. A loucura tomando conta do meu corpo. O corpo suando de febre, a mente delirando por você. Os doutores dizem que preciso me desintoxicar de você, tomar montes de remédios para te esquecer, fazer tratamentos para acalmar minha loucura. Mas não quero, não deixo que cheguem perto de mim com estes discursos. Fujo. Corro. Me escondo. Me procuro e te procuro em cada esquina.

Ouço músicas ao fundo, as ruas estão vazias assim como meu corpo. Reviro latas de lixo a procura de uma carta, pego celulares a procura de mensagens. Não encontro nada. Na estética do frio o calor toma conta - Quando começar o frio, dentro de nós tudo em volta parece tão quieto, tudo em volta não parece perto, toda volta parece o mais certo, Certo é estar perto sem estar perto de você, sou tão perto de você.....Tudo não passa de delírios, delírios poéticos. O Delírio que encaminha ao Sonho e os sonhos que nós levam a realidade, tudo interligado, tudo está conectado – meu eu com o seu eu – grito alto QUEM AMA TECE SONHOS.

Me acordo no meio da noite com duas chamadas não atendidas.....

Elisandro Rodrigues

(Delirando ou amando...)

"Corpo ao vento, pensamento solto pelo ar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar. "
Toquinho.

Imagens do Blog da Elma: http://tempodeternuras.blogspot.com/

7 comentários:

Rebeca Ribeiro disse...

Deus! Como não encontrei esse blog antes?

Eu tabmbém vivo "pensando na paixão e no amor em como é complicado se relacionar."

Lindos textos, os seus. Não só esse, mas todos os que eu li agora.

Curiosidade: Como vc achou meu blog?

Abraços, Rebeca

Juliana Lemos disse...

Concordo com Rebeca: como não te encontrei antes?
É tudo tão harmônico! Lindos textos, parabéns, rapaz! :)

E obrigada pelo comentário... Volte sempre.
Te coloquei na minha lista de leituras diárias...

Fim de semana cheio de graça :*

Juliana Lemos disse...

p.s.: Você gosta d'O Teatro Mágico, de Cordel do Fogo Encantando e do Calvin que nem eu! :D

Willian Lins disse...

É meu amigo, eu também ando meio "febril de paixão", mas quer saber? Acho isso bom, sentir isso pra mim é estar vivo. E mais, é saber que eu não sou vazio, que eu amo e vivo. Um Abraço

CLARIDÃO disse...

olá. pois bem, vc vai em configurações, Layout, e depois adicionar um Gadget, e coloque "lista de blogs".

sempre bom!

Anônimo disse...

Estrela, estrela que te inspira!rs
Beijo EnoO

;)

Rebeca Ribeiro disse...

Dialética no sentido de antitética? Ou de "arte do diálogo para atingir a verdade? (risos)

Fiquei, sinceramente, curiosa! rs

Se antitética, me preocupo. Pois não tenho a intenção de ser anacrônica!

(Chega de termos difíceis por hoje!)

Abraços!

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento