18.11.08

um bolsinho do tamanho de um jardim...


Tenho um bolsinho bem pequenininho, do lado do meu coração, onde guardo minhas saudades. Todo dia coloco meus sentimentos de saudade lá dentro. Guardo junto todas as coisas que gostaria de lhe dizer, todos os fatos, histórias, todas as mensagens que não posso te mandar. Guardo tudo dentro deste bolsinho. Quando lhe ver novamente, daqui a um tempo no hoje ou no amanhã, no dia presente ou no dia futuro, vou abrir este bolsinho e lhe entregar tudo o que queria lhe dizer e contar. Vou lhe dar todos os abraços e beijos que a saudade pediu, preenchendo assim seu ser com meu amor. Enquanto este dia não chega vou regando as flores da paixão e do amor. Vou regando as flores da saudade, criando assim um jardim de sentimentos.

E assim
Viajando pelo mundo sem fim
O silêncio planta seu jardim
Tudo se compõe, e se decompõe
Tudo se compõe, e se decompõe
Tudo se compõe, e se decompõe
Tudo se compõe, e se decompõe
(O jardim do silêncio - Paulinho Moska)

Elisandro Rodrigues
(Imagem do blog do André Neves - http://confabulandoimagens.blogspot.com/)

2 comentários:

CLARIDÃO disse...

ouça, "Meu Jardim - Vander Lee". compositor aqui de bh. e lembrei de um trecho da música "Janta" de marcelo camelo: "eu vivo sempre por sentir saudade".

talvez nada faça sentido. como posso saber;?

abraços.

Anônimo disse...

um bolso deses que ficam do lado (de dentro) do coração.

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento