17.11.08

Sonhando

Meu sonho desta noite foi assim: Uma menina estava correndo em uma noite estrelada, o brilho das estrelas era muito intenso que iluminava tudo feito dia. Ela corria brincando num campo de flores roxas com borboletas coloridas. No meio do campo havia uma árvore e esperando em cima de um dos galhos um menino com um catavento em uma das mãos. Ele estava sentado esperando a menina, quando ela se aproximou ele começou a soltar bolinhas de sabão. Ele desceu da árvore entregou o catavento para ela e deu a mão para a menina. Os dois sairam correndo com o vento.

Elisandro Rodrigues

Sonhando.

(Imagem do livro 'Um pé de vento' e a outra do livro 'Casulos' ambos de André Neves)

Um comentário:

Anônimo disse...

http://br.youtube.com/watch?v=1dr5jDKq8EI&feature=PlayList&p=78780D2001EC9BA7&index=0


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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento