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Elisandro Rodrigues
Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:
O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.
Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.
[...]
1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.
2 comentários:
Eu amei! Nunca mais me solta ta?
Iluminou me dia! Iluminou a minha vida quando passou a fazer parte dela!
Não exatamente no início, quando era apenas um amigo que não representava perigo... Mas mais tarde, quando sem que eu percebesse, de mansinho, você entrou no meu coração; e foi ficando, ficando, ficando... Você mudou a minha vida por ter ficado!
Um varal de bonitezas inesquecível!
buniteza, belezura!
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