O vento lá fora assovia e faz as folhas das árvores dançarem no céu escuro da noite. Deitado na cama sentindo o frio que o vento traz do sul seu corpo exige o abraço dela. Sente-se sozinho e triste na cama grande e vazia. Seu corpo se encolhe espremendo-se na parede. A parede é gelada mas ele não se afasta dela. Espera que uma mão envolva seu corpo e o chame para mais perto saindo de perto da parede gelada. Essa mão, esse abraço não chega e o frio toma conta cada vez mais. Adormece assim colado na parede. Lá fora o vento forte esmurra as janelas querendo entrar. A janela do quarto dele está mal fechado, por entre uma fresta o vento entra e bate portas e janelas na casa toda. Ele dorme encostado na parede.
De sobressalto acorda suado e com o coração acelerado. Acorda com medo. Tivera um pesadelo. Procura ainda dormindo o corpo quente de sua amada, não o acha. A chuva lá fora molha os cachorros e moradores de rua. Ali dentro a chuva cai dos seus olhos molhando o travesseiro que agarra forte. Sente falta dela. Falta do abraço. Da presença. Sente-se perdido sem a presença aconchegante do abraço e do perfume que exala. As lágrimas escorrem pela sua face salgando seus lábios. Assim entre ventos e chuvas ele adormece novamente com a certeza de que no outro dia a teria.
Elisandro Rodrigues
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