4.12.08

(Um post diferente) Sobre quadrinhos 2: Local

(clique na imagem para ampliar)

(Alguma Coisa - O Teatro Mágico)

Alguma coisa acontece em mim
quando a menina passa

Alguma coisa acontece em mim

quando a menina passa...
quando a menina passa...
quando a menina passa...

lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá
lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá
lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá


(Escrevi o texto abaixo já faz uns dias, resolvi publicar hoje depois de ver umas tirinhas do pequeno Parker acima que me fez recordar da música do Teatro Mágico e das saudades da Estrela.)

Muitas coisas não são conhecidas,os gibis e hq´s são um exemplo disso. As hq´s muitas vezes não ganham a importância que merecem, são 'excluídas' do quesito da literatura. Existem quadrinhos que não são de conhecimento do grande público, as que chegam ao conhecimento das pessoas são títulos mais famosos e que estão há tempos no mercado. Mas existe uma infinidade de obras que são relevantes não só para o mundo dos quadrinhos, mas para a literatura.

Acabei de ler esta semana uma HQ que há tempos estava na minha lista 'LOCAL' de Brian Wood com desenhos de Ryan Kelly. Ela entrou para a minha lista de melhores histórias já lidas - Nesta lista estão HQ´s como: SANDMAN de Neil Gaiman, FÁBULAS de Bill Willingham, DMZ do mesmo escritor de LOCAL Brian Wood, Y THE LAST MAN de Brian K. Vaughan, THE BOYS de Garth Ennis e Darick Robertson. Estas para mim são algumas das melhores HQ´s, é claro que não podemos esquecer das escritas por Alan Moore.

O que me chama a atenção em LOCAL, DMZ e DEMO de Brian Wood são as histórias que humanizam as pessoas, ou a humanidade que existe nas histórias. Fatos, histórias, romance, verdade, ficção, tudo junto com uma arte impecável por parte dos desenhistas. Histórias sobre o cotidiano e a realidade que podem acontecer conosco. Sugiro para quem não lê quadrinhos ir atrás de um desses títulos, vale a pena mesmo e para quem lê e ainda não conhece estas obras também vale a pena.

São mais do que histórias para divertir, são histórias para refletir e pensar.

Links que valem a pena acessar: www.hqvertigem.blogspot.com e www.punyparker.blogspot.com (este é de onde tirei a tirinha do Peter Park)


Elisandro Rodrigues

Um comentário:

Anônimo disse...

estrelas não se apagam. Nem quando morrem.

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento