Sou meio grandinho para estar lhe escrevendo, na verdade sei que você não existe. Sei que a data natalina perdeu totalmente o sentido e o espirito original – o do nascimento do menino Jesus, e junto com ele o nascimento da esperança da Civilização do Amor. É certo que deveríamos neste período nos esforçar para construir esta Civilização, obviamente que está reflexão acontece no dia, mas a prática, que é necessário nos outros 364 dias do ano, acaba não acontecendo.
Mesmo assim aproveito que o dia 25 está chegando e lhe escrevo, sendo você está figura mítica do Bom Vovô que distribui presentes as pessoas, gostaria de lhe pedir os meus presentes para este final de ano. Na verdade não peço para mim, mas sim para outra pessoa. Pode parecer meio estranho este pedido, em vez de querer presentes para mim peço para outra pessoa. Quem sabe é o espirito natalino de fraternidade e de amor. Vou falar dessa pessoa para você, para não errar o destinatário – pode ser que no meio de tantos presentes um que outro acabem extraviados para não correr este risco segue a descrição:
O nome da pessoa a quem os presentes devem ser entregues é Dodoviski. Ela é especial para mim, é baixinha, usa óculos, de um temperamento agitado – um pouco louca, simpática, alegre, com um sorriso encantador, faladeira, carinhosa, cozinha super bem, toma muita água, pode ser que quando a ver ela esteja usando uma tiara com estrelinhas e borboletinhas. Se o senhor não souber ao certo na hora de entregar é só observar uma pessoa que fica todos os momentos cantando e espoleteando. Com certeza não terá erro.
O endereço para entregar é na Rua Estrela, travessa Catavento, Prédio Astromélia, andar dos sonhos e utopias.
Os meus pedidos são simples, não vou pedir muita coisa não: Primeiro gostaria de pedir um livro chamado Casulo – o escritor é André Neves. È um livro bem bacana que fala do processo das pessoas, da transformação e dos sonhos, creio que ela irá gostar. O segundo presente é que tire de sua cabeça as atucanações do mundo, tudo não – metade já está bom, e coloque no lugar sonhos de mundo novo, de vida nova. O terceiro pedido é um sonho que se transforme em realidade. O quarto pedido é um pouquinho de pó de esperança e utopia. O quinto pedido é de cuidado – é que ela possa ter cuidado nos caminhos por onde passar, nos lugares onde entrar, com e nas pessoas que encontrar e conviver.
Bom, são pedidos simples, mas complexos. Ficaria contente que ela recebesse estes presentes meus entregues por você. E para mim não precisa nada não, ficarei alegre olhando a alegria e a beleza nos olhos dela. Ah! Os olhos dela irradiam felicidade, são olhos de menina.
Este é meu pedido de Natal Papai Noel. Assim me despeço, mando esta carta pelo vento para chegar mais rápido.
Abraços fraternos no espirito natalino.
Enoski.”
Elisandro Rodrigues
(Imagem do Blog do André Neves - http://confabulandoimagens.blogspot.com/
Olhando ela sentada no sofá ia imaginando histórias futuras - histórias de felicidade em casa juntinho e de loucura fazendo malabares no meio da rua. História sem pé nem cabeça, sem medo e sem confusão, ou por que não com muita confusão - tudo ao seu lado. Fico olhando ela ali com um livro na mão e no chão outros tantos espalhados. Me preencho com paixão, amor e poesia. Caminho até ela dou um abraço e um beijo e canto baixinho 'quero acordar de manhã ao te lado' e aturar qualquer coisaaaaaaaaaaa. Não é coisa guri é babado, quer apanhar por acaso. Damos risada juntos e a beijo suavemente. Você é o encaixe do meu mosaico de uma história maior.
"Ao pé das fogueiras acessas,
crianças, jovens e adultos,
até os já passados dos noventa,
teciam calorosos cantos e contos
grupais, envolventes e encantados.
Hoje, em tempos de fogueiras apagadas,
precisamos fuçar na memória
e catar os cacos dos sonhos
para engrandecer a vida
e não sufocar o mito e a poesia"
(Elias José)
"Existe História para tudo no mundo. Há as histórias celestiais, siderais e terrenas. Histórias que saem da cabeça, do pé, da boca e do coração."
(Luciano Pontes)
CANÇÃO DE NUVEM E VENTO (Mário Quintana)
Medo de nuvem Medo de Medo Medo da nuvem que vai crescendo Que vai se abrindo Que não se sabe O que vai saindo Medo da nuvem Nuvem Nuvem Medo do Vento Medo Medo Medo do vento que vai ventando Que vai falando Que não se sabe O que vai dizendo Medo do vento Vento Vento Medo do gesto Mudo Medo da fala Surda Que vai movendo Que vai dizendo Que não se sabe... Que bem se sabe Que tudo é nuvem que tudo é vento Nuvem e vento Vento Vento!
"Curioso, desvenda segredos e mistérios naquela nuvem que cresce até o tamanho certo para chover forte. Chover menino."
(André Neves)
"Mas se alguém me faz carinho e fala devagarinho 'isso não é nada', eu choro bem de mansinho, carinho é melhor que pomada."
'E ti regaleró mille baci per dirti quanto mi piaci amo l'amore con la nebbia nel sole o se piove' (Donati Casa Brasil)
Eu não sei fazer poema Por isso não uso calção E te jogo bolinha de sabão Mas chego bem devagarinho Nas asas de um passarinho Pra roubar um beijo bem de mansinho Te dou carinhos e beijinhos sem ter fim, pra acabar com esta história de você viver sem mim.
Ela vinha caminhando em minha direção com sua camiseta lilás escrita “Os opostos se distraem, os dispostos se atraem". Meu corpo todo sentia a emoção daquele momento. Ela subia as escadas como quem sob para o céu – sim uma estrela era ela, quem sabe subia para o céu e me levasse junto com ela. Minhas mãos suavam frio, minhas pernas tremiam. Ela estava se aproximando - nos pés uma sandália combinando com a cor da blusa. Meu corpo não reagia permanecia parado no alto das escadas. Ela se aproximou de mim subindo o último degrau me envolveu em um abraço e me disse baixinho ao pé do ouvido “Te gosto menino chato”. Meu corpo não resistiu aquela voz e a pressão que o corpo dela fazia se entregou sem desculpas ao prazer daquele momento. Sim estou disposto a você por inteiro e faço vigília todas as noites para te ver.
Elisandro Rodrigues
(Foto do trabalho de um amigo - Jairo "Emaranhados arames entortados" 51-93170248 - emaranhados@gmail.com).
O amor é uma das doenças mais bravas e contagiosas. Qualquer um reconhece os doentes dessa doença. Fundas olheiras delatam que jamais dormimos, despertos noite após noite pelos abraços, ou pela ausência de abraços, e padecemos febres devastadoras e sentimos uma irresistível necessidade de dizer estupidezes.O amor pode ser provocado deixando cair um punhadinho de pó de me ame, como por descuido, no café ou na sopa ou na bebida. Pode ser provocado, mas não pode impedir. Não o impede nem a água benta, nem o pó de hóstia; tampouco o dente de alho, que neste caso não serve para nada. O amor é surdo frente ao Verbo divino e ao esconjuro das bruxas. Não há decreto do governo que possa com ele, nem poção capaz de evitá-lo, embora as vivandeiras apregoem, nos mercados, infalíveis beberagens com garantias e tudo.
Se ele pudesse registrar aqueles dois momentos em fotos ou películas de um curta o resultado seria surpreendente. Mesmo não podendo fazer isso ele imaginou como seria o resultado do enquadramento fotográfico – seriam duas imagens: A primeira imagem seria de uma fotografia de seu quarto-o seu quarto- pegando na imagem sua cama, sua estante com livros a pandorga pendurada próxima a cama. Se o espectador olhasse a foto não acharia nada diferente mas se olhasse atentamente iria reparar no cartão postal em cima da cama. No cartão poderia ser visto um barco ancorada na areia próximo a uma praia. Se pudesse ler o cartão se emocionaria com as palavras de saudade e de amor – mas isso era impossível, aconteceria se tirasse uma foto do verso do cartão. A outra imagem que compunha em sua mente era a dele mesmo sentado dentro de um ônibus com um livro aberto em suas mãos em uma página marcada por uma pétala de flamboyant. Ele olhando para fora e via a chuva cair sob os carros que passavam apressados no início da manhã. A foto tirada pelo lado de fora mostraria a janela do ônibus com gotas de chuva em uma imagem meio ofuscada daquele homem olhando para a chuva do outro lado do vidro. A trilha sonora para o curta seria na seqüência: Ele olhando o cartão em cima da cama ao som de “Não deveria se chamar amor” de Paulinho Moska. Para a segunda imagem do ônibus uma seqüência de pedaços das músicas “Estrela” de Vitor Ramil; “Prato do dia” do Teatro Mágico e “Preta” do Cordel de Fogo Encantado – elucidando a chuva que continuava a cair. Poderíamos escutar estas musicas juntamente com o pensamento dele: 'Busquei encontrar minha alma em muitos lugares fui encontra-lá nos olhos dela. Gira o mundo num catavento. Brilha o mundo nos olhos dela – You´re a part time lover and a full time friend. Nossos caminhos são feitos de nuvem e pedra – às vezes o lugar onde queremos chegar fica exatamente onde estamos, mas precisamos dar uma longa volta para encontrá-lo(Satolep de Vitor Ramil)'. Após terminar de dizer isso pausadamente enquanto olhava a chuva cair no transito lento da cidade ouviríamos o início da música “Quantas vidas você tem?” do Paulinho Moska juntamente com os créditos que iam aos poucos aparecendo. Antes de terminar os créditos a imagem dela apareceria – uma foto onde ela lê uma carta em meio a um sorriso, percebemos o sorriso apaixonado e o vento na fotografia – é percebemos o vento nas árvores. No final do curta, depois da imagem desaparecer devagarinho aparecia ele descendo do ônibus e caminhando na chuva fina do mês de dezembro e flores de flamboyant colorindo o chão por onde passa – juntamente com as flores caindo inicia-se a música “Nosso Amor é Filme” do Cordel de Fogo Encantado. A ultima imagem que vemos é a câmera focando em uma flor vermelha com gotas de chuva sobre ela. Se fosse fotografo ou cineasta essas serias as imagens transpostas de sua mente para a fotografia e vídeo, mas, como não era nenhum dos dois, era apenas um apaixonado em uma quarta-feira, continuou a ler seu livro enquanto a chuva cai-a.
“Poderia se chamar nuvem
Pois muda de formato a cada instante...”
(Paulinho Moska – Que não devia se chamar amor)
- Eu vos declaro nuvem um para o outro.
Vocês podem estar achando isso estranho, vou explicar o fato. Me contaram este causo e disseram que foi verdadeiro, eu como um bom ouvinte repasso para vocês também. Segundo Seu João, um vagalume que me contou o sucedido e o presenciou em pessoa (nem tão pessoa assim), disse que dois jovens apaixonados decidiram se juntar, mas como ambos não gostavam do fato de serem chamados de casados resolveram-se que mudariam o nome para algo diferente, e assim procederam-se e averbaram que se chamariam nuvem.
Como não é permitido “casar”, se ajuntar, legalmente com um outro nome além de cônjuges – esposo e esposa, marido e mulher – não podiam pedir para um juiz ou um padre fazer o casamento. Chamaram um amigo deles, que tinha fama de ser profeta e emaranhador de corações, para proceder a cerimonia. E assim aconteceu, rápida, simples e com poucas testemunhas: o amigo emaranhador Tipak, Seu João – o vagalume, as estrelas e a Lua, o vento que passava desapercebido pelo recinto e uma fada que também apareceu do nada e deu de presente para ambos um desejo.
Mas como ia vos relatando Tipak vestido a rigor – de bermuda e camiseta – emaranhou mais um casal dizendo palavras de sonhos e utopias conjurando os deuses e deusas antigos e o firmamento na sua magnitude declarou-os o primeiro 'casal' nuvem. Os amantes apaixonados ficaram contentes com esta cerimonia e logo em seguida partiram para a lua de mel: que dizem as más línguas (e os pernilongos ouvintes) que foi um estrondo só de paixão e tesão- noite adentro de ardor e suor. Não tenho outros fatos para lhes relatar, mas foi um causo contado a mim e repasso a vocês do primeiro emaranhado de duas pessoas se tornando uma nuvem só. Seu João me relatou ainda que ambos se presentearam na hora da entrega das “alianças”, ele recebeu um patuá com um concha catada por ela na beira da praia e ela recebeu um emaranhado de arames em forma de fada e estrelas.
Achei este causo muito dos estranhos, mas como Seu João é grande amigo meu de tempos idos não contestei os fatos contados, achei esquisito, vai que esta moda pegue e todo mundo vire nuvem. Depois que o vagalume saio piscando pela noite olhei para a noite e fiquei observando as nuvens cortando meu fumo e fechando meu cigarro.
Nesta sexta feira onde o dia permanece ora nublado ora ensolarado tenho a te dizer: Uma palavra:Senti[dores] Um fragmento: 'O frio geometriza as coisas...Se tivéssemos viajado puramente através da intensidade da luz e do rigor da paisagem, estaríamos agora penetrando em seu detalhe. Desembarcamos na estação das coisas essenciais.' (Satolep de Vitor Ramil) Uma música: O anjo mais velho – O Teatro Mágico. Levo para este final de semana aguardando a sua chegada: No coração: a saudade e a paixão. Nas mãos: os sonhos e utopias. Nos pés: a vontade de andar do seu lado. No braços: o seu abraço. No corpo: o seu corpo. Na boca: o seu gosto. Nos olhos: imagens de cataventos e borboletas. No rosto: a brisa do mar.
Para te dar: Estrelas de todas as cores te esperam junto com meu corpo e meu coração.
Alguma coisa acontece em mim quando a menina passa
Alguma coisa acontece em mim
quando a menina passa... quando a menina passa... quando a menina passa...
lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá lá lá, lá lá, lá lá lá lá lá lá
(Escrevi o texto abaixo já faz uns dias, resolvi publicar hoje depois de ver umas tirinhas do pequeno Parker acima que me fez recordar da música do Teatro Mágico e das saudades da Estrela.)
Muitas coisas não são conhecidas,os gibis e hq´s são um exemplo disso. As hq´s muitas vezes não ganham a importância que merecem, são 'excluídas' do quesito da literatura. Existem quadrinhos que não são de conhecimento do grande público, as que chegam ao conhecimento das pessoas são títulos mais famosos e que estão há tempos no mercado. Mas existe uma infinidade de obras que são relevantes não só para o mundo dos quadrinhos, mas para a literatura.
Acabei de ler esta semana uma HQ que há tempos estava na minha lista 'LOCAL' de Brian Wood com desenhos de Ryan Kelly. Ela entrou para a minha lista de melhores histórias já lidas - Nesta lista estão HQ´s como: SANDMAN de Neil Gaiman, FÁBULAS de Bill Willingham, DMZ do mesmo escritor de LOCAL Brian Wood, Y THE LAST MAN de Brian K. Vaughan, THE BOYS de Garth Ennis e Darick Robertson. Estas para mim são algumas das melhores HQ´s, é claro que não podemos esquecer das escritas por Alan Moore.
O que me chama a atenção em LOCAL, DMZ e DEMO de Brian Wood são as histórias que humanizam as pessoas, ou a humanidade que existe nas histórias. Fatos, histórias, romance, verdade, ficção, tudo junto com uma arte impecável por parte dos desenhistas. Histórias sobre o cotidiano e a realidade que podem acontecer conosco. Sugiro para quem não lê quadrinhos ir atrás de um desses títulos, vale a pena mesmo e para quem lê e ainda não conhece estas obras também vale a pena.
São mais do que histórias para divertir, são histórias para refletir e pensar.
Ele estava deitado em cima da árvore olhando a noite estrelada. Estava um céu escuro e as estrelas brilhavam fortes por entre as flores do Flamboyant. As flores vermelhas davam um toque diferente aquele céu escuro e azul. O vento levava seu cabelo para cima e para baixo, como um parafuso. Estava concentrado em seus pensamentos que nem virá a menina subindo a árvore e se aproximando dele. A menina sentou de seu lado e deu um oi com os olhos ele retribuiu com um sorriso e disse:
- Pensei que não vinha mais?
- Tive uns contratempos no caminho, mas agora estou aqui. O que vamos fazer hoje?
- Não sei, tô com saudades de você! Passei esta semana toda pensando em você. Qualquer coisa me lembrava seu sorriso e seus olhos.
- Qualquer coisa bonita e sensível me lembra você.
Os dois ficaram se olhando em silêncio por um tempo, suas mãos estavam entrelaçadas. O vento agora brincava com o cabelo dos dois. Ele comentou:
- Sabe, o amor é uma flor roxa que nasce nos corações dos trouxas.
- Então no meu nasceu um jardim – disse ela e ambos deram risada – quando penso em você nestes dias parece que não estou só – continuou – sabe o que podíamos fazer hoje?
- O que?
- Poderíamos ficar olhando o mundo juntos. ‘Gosto quando olho o mundo com você, e gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você. Gosto ainda mais quando esquecemos onde estamos e olhando em volta escolhemos a mesma coisa pra olhar.’ É uma música sabia, do Paulinho Moska.
- Já escutei ela umas vezes, é tão bonita. Podíamos ficar aqui então olhando o mundo. Eu adoro ficar com você assim, tão pertinho! Dizendo isso abraçou-a.
Ficaram assim alguns minutos – abraçadosolhandoomundodecimadeumaárvore. Ela então disse:
- Não entendo esse nosso sentimento, é novo, diferente, não significa nada e mesmo assim dá sentido a tudo. Teu afeto me afetou...
- Até o mundo conspira a nosso favor, parafraseando Paulo Coelho – dizendo isso ele não se segurou e caíram na gargalhada novamente.
Ela tocou o rosto dele percorrendo-o e fazendo carinho com os dedos – Fico tão feliz ao te lado. O beijou suavemente colocando uma das mãos atrás da cabeça dele e aos poucos aquele beijo foi crescendo até o máximo e explodir em milhares de outros beijos – no rosto, nas mãos, nos braços no corpo inteiro........
Quando terminaram os corpos de ambos estavam cobertos de suor. Permaneciam em cima da árvore abraçados e deitados. Os galhos da árvore eram imensos de dia as crianças pulavam e corriam em cima deles como se brincassem no chão. Uma árvore magnífica na beleza de sua grandeza e de suas flores. A noite acolhia aqueles amantes.
Os pássaros cantavam nos galhos de cima anunciando um novo dia. O vento da noite havia se transformado em brisa da manhã. Os dois sentaram e ficaram olhando o sol nascer ao som dos passarinhos, ele abraçado nela e ela com um cata-vento em suas mãos. Mais um dia juntos havia acabado. A saudade começava a bater devagar no peito.
- Sabe de uma coisa – começou ele – Ninguém mais sonha nesse nosso mundo. Os sonhos e utopias estão sendo esquecidos ninguém mais ensina a sonhar e construir utopias, assim como ninguém mais ensina a fazer cata-ventos. Eu tenho sonhado todos os dias com você. Esta noite sonhei que você havia se Metamorfoseado em borboleta e voou ao meu encontro. No sonho você voava até me encontrar, eu estava sentado nesta árvore jogando bolinhas de sabão.
- Que sonho bonito! Lindo! Eu tenho tentado sonhar todos os dias também. Na maioria das vezes sonho com você. Sonho que você está correndo por campos floridos com seu cata-vento. Corre como o vento. No sonho você me encontra pega minha mão e me leva para seu mundo. Nos transformamos em vento, em estrelas ficando sempre juntinhos.
- Deve ser por isso que não permitem mais a gente sonhar. ‘Sonhos mudam o mundo. Sonhos recriam o mundo todas as noites. As coisas não precisam ter acontecido para serem verdadeiras. Contos e sonhos são as sombras de verdades que irão resistir quando os meros fatos forem poeira e cinzas, e esquecidos (Sandman)’.
- Sabe de uma coisa, TE ADORO.
Os dois continuaram ali até o sol nascer, quando o sol terminou de levantar para um novo dia eles se despediram com os olhos e com os corações.
- Te espero – disse ele.
- Logo volto – disse ela – é uma viajem de uma semana. Domingo estou de volta. Continua sonhando comigo.
- Continuo sim!
Os dois se beijaram desejando que a semana passasse rápida para se verem novamente.
Seu Olhar
Paulinho Moska
Composição: Paulinho Moska / Suely Mesquita
Gosto quando olho pra você
Gosto mais quando seu olho vem
Na direção do meu
Na direção do meu
Na direção do meu
Gosto ainda mais quando esquecemos
Onde estamos e olhando em volta escolhemos
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Na direção do meu
Na direção do meu
A mesma coisa pra olhar
A mesma coisa pra olhar
Gosto quando olho com você o mundo
E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele...com você
'Um dia prá vadiar... Sentir preguiça no corpo... Passar uma tarde em Itapuã Ao sol que arde em Itapuã Falar de amor em Itapuã... E com olhar esquecido Bem devagar ir sentindo A terra toda rodar É bom!... Depois sentir o arrepio Do vento que a noite traz E nos espaços serenos Sem ontem nem amanhã'
(Tarde em Itapuã - Toquinho)
Nome Científico: Alstroemeria hybrida Nome Popular: Astromélia, astroméria, alstroeméria, carajuru, lírio-de-luna, lírio-dos-incas, lírio peruviano, madressilva-brasileira, madressilva-da-terra, madressilva-de-canteiro Família: Alstroemeriaceae
Deitado no chão olhava as nuvens no céu por entre as folhas das árvores. Tínhamos arrumado nosso cantinho no meio de flores de Astromélia perto da passagem para a praia. Ao nosso lado estavam Ita e sua irmã Dane. Ita mostrava pelos olhos a saudade do namorado enquanto sua irmã repousava – ou melhor dormia. Ligia e Leon estavam deitados trocando beijos e caricias. Lau e Lip tocavam e cantavam enquanto Vin – namorada de Lau observava.
Você estava deitada sobre meio peito, me envolvendo em um abraço gostoso. Nos seus olhos via a paixão e a boniteza daquele momento, sem palavras para traduzir a beijava docemente. Assim envolto em um abraço e no meio de flores ia repassando nosso dia: O convite para passar uma tarde em Itapuã, a nossa vinda depois de minha reunião. A parada para tomar suco no meio do caminho e para o Leon comer. A chegada em Itapuã. O banho de rio(lago, laguna) – nossas caricias e confissões dentro da água. A caminhada pela orla conversando sobre nossas vidas. As risadas tirando fotos com Ligia e Leon. Eu te trazendo na garupa pois o chão estava quente e cheio de rosetas. Uma tarde que demorou para passar. Uma tarde onde afirmamos que no momento queríamos era ficar juntos.
Deitado ao seu lado pensava nestas coisas minutos antes de termos que irmos embora. Minutos antes de começar a chover. Agora sentado sobre a cama fico repassando novamente este dia. Fico repassando as loucuras que cometemos para ficarmos juntos. Fico pensando em nossa loucura semana passada – não nos veremos mais – quatro dias depois estávamos juntos novamente passando um final de semana regados a abraços, beijos, sorvetes de manga, strogonof e caminhadas nas ruas e areias deixando nossos passos marcados. Deixando nossos corpos marcados e nossos corações mais encantados.
Olhando este final de semana posso dizer nas palavras de Toquinho 'É bom!'. É bom estar contido, é bom te sentir dentro de mim, perto de mim, do meu lado. É bom saber que estás pensando em mim – como diria a Ita 'vou ter que passar mais uma semana ouvindo ela falar de você'. Nesta loucura e paixão que estamos vivendo sobre espaço para sonharmos e termos esperança no futuro. Tenho certeza de que esta noite dormirei melhor. Tenho certeza que amanhã o mundo vai acordar cantando por que somos:
'Como arroz e feijão A perfeita combinação Soma de duas metades
Me jogo da panela Pra nela eu me perder Me sirvo a vontade, que vontade de te ver'
Companheira me dá as tuas mão, Eu necessito do amor que tu me dá. Tua presença me anima a lutar O teu abraço refresca o calor Dessa jornada em busca do lugar Onde seremos uma só nação. (ã....) Láia, láia, láia... Companheiro te dou as minhas mãos, Te dou meu peito em mim vem repousar Vem ser a chama que acende o coração O meu desejo à vida que virá, Felicidade enfim vai florescer E amaremos sobre o nosso chão. Que venham as lutas, a dor e a solidão, Os passos lentos do povo a caminhar. O nosso amor é fonte no jardim, Pra saciar a sede de quem vem Pra perfumar a estrada de quem vai Pra festejar o dia do amor.
Os dias estão quentes, abafadas e solitários. As horas passam rápidas, o dia se esvai. Mesmo assim o vazio permanece. E este vazio de você, o seu corpo me faz falta, seu riso, sua fala alta, seu simples sorriso. Está noite delirei de febre e de paixão. No meio da noite me acordei, ou estava sonhando, e te liguei. Febre e paixão juntos não é coisa boa. Meu corpo todo dói. Minha fala não sai. Meus olhos estão pesados. Minha mente cansada como se ainda estivesse dormindo ou se estivesse há dias sem dormir. Dor de cabeça. Sintomas de um gripe no meio da primavera que mais parece verão. Ou será sintomas de falta de comunicação, de beijos e de abraços seus? Não sei muito bem, mas ando a beira de um colapso emocional.
Fico pensando na paixão e no amor em como é complicado se relacionar. Meus pensamentos voam e não encontram terra firma para pousar. Não sei ao certo o que sinto por você, mas é algo novo, diferente,Moska traduziu muito bem isso em sua música 'Não deveria se chamar amor' – o amor que eu tenho é um afeto tão novo, que não deveria se chamar amor, de tão irreconhecível, tão desconhecido, poderia se chamar nuvem.....poderia se chamar tanta coisa. Me sinto perdido querendo lhe contar tantas coisas também. Cada momento do dia é um fato, um sentimento, uma emoção, uma sensação, um objeto, uma fala, uma música....é tanta coisa que gostaria de partilhar.
Deixa te avisar, não dê bola para o que escrevo aqui, deve ser a febre voltando novamente. Preciso de uma xícara de café, quem sabe um cigarro para me acalmar, 'eu que não fumo queria um cigarro...', tudo vira música. A loucura tomando conta do meu corpo. O corpo suando de febre, a mente delirando por você. Os doutores dizem que preciso me desintoxicar de você, tomar montes de remédios para te esquecer, fazer tratamentos para acalmar minha loucura. Mas não quero, não deixo que cheguem perto de mim com estes discursos. Fujo. Corro. Me escondo. Me procuro e te procuro em cada esquina.
Ouço músicas ao fundo, as ruas estão vazias assim como meu corpo. Reviro latas de lixo a procura de uma carta, pego celulares a procura de mensagens. Não encontro nada. Na estética do frio o calor toma conta - Quando começar o frio, dentro de nós tudo em volta parece tão quieto, tudo em volta não parece perto, toda volta parece o mais certo, Certo é estar perto sem estar perto de você, sou tão perto de você.....Tudo não passa de delírios, delírios poéticos. O Delírio que encaminha ao Sonho e os sonhos que nós levam a realidade, tudo interligado, tudo está conectado – meu eu com o seu eu – grito alto QUEM AMA TECE SONHOS.
Me acordo no meio da noite com duas chamadas não atendidas.....
Elisandro Rodrigues
(Delirando ou amando...)
"Corpo ao vento, pensamento solto pelo ar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar. "
Toquinho.
Imagens do Blog da Elma: http://tempodeternuras.blogspot.com/
26.11.08
Estava me queixando da saudade quando uma flor me disse: -Oras..mas vá subir em uma árvore e afastar as nuvens guri.. Foi o que fiz, subi na árvore mais alta afastei as nuvens com sopros e fiquei olhando as estrelas até cair no sono.
“Ê nunca mais eu vi
Os oím do meu amor
Nunca mais eu vi
Os oím dela brilhar
Nunca mais eu vi
Os oím do meu amor
São dois jarrinho de flor
E todo mundo quer cheirar”
(Os Oim do meu amor – Cordel de Fogo Encantado)
Ele estava com o coração apertado, e ela também. Os dois estavam em silêncio dentro do carro. O barulho do pisca e o coração pulsavam na mesma intensidade, naquele silêncio se escutava os suspiros de uma última noite. Eles se encaminhavam para o Show do Cordel de Fogo Encantado. O silêncio era cortado por falas sobre como tinha sido o dia. Por mais difícil que parecia o silêncio acalentava os dois e os aproximava mais.
No show a cada música um beijo. A cada frase de impacto “vou pregar na parede um pedaço de céu que você me mandou...” “...eu vou cantar prá saudade com seu vestido vermelho e sua boca...aquele cheiro, som, imagem do teu corpo incendeia...”. A cada abraço os corações se juntavam mais e mais e no meio daquela multidão os dois que eram metade de um só se juntavam em um ficando um no todo e todo no um. A cada música tocada o fim se aproximava, a cada minuto que passava a ansiedade e a saudade aumentavam.
Na primeira despedida deles um suspiro e um silêncio entre nós, a multidão rezava em coro – mais um, mais um – e eles voltaram, e tivemos mais alguns minutos juntos “ai se sêsse” nos aproximou e confirmou que a espera e a saudade nos aproximaria mais, que o tempo da semeadura chegará ao fim e o início do processo do nascimento da flor no jardim dos nossos corações estava pronto. O solo receberá a semente, bastava cuidarmos dela para crescer e desabrochar a flor do amor e da paixão. E o show chegou ao fim, depois da segunda despedida deles no palco nos despedimos sem promessas, sem choro, mas com alegria. Com a certeza de que nos veremos e que o amor crescerá. Jogando corações e beijos corri ao lado do seu carro. E esse foi o fim do início e o início da boniteza do amor.
“Quando a flor tava dormindo, vento veio me levar
Prum terreiro iluminado, entre terra céu e mar
Já que o mundo ta girando, eu também quero girar”
Neste quarto de fogo solitário
No telhado um letreiro esfumaçado
Candeeiro no peito iluminado
O cigarro no dedo incendiário
O cinzeiro esperando o comentário
Da palavra carvão fogo de vela
Meus dois olhos pregados na janela
Vendo a hora ela entrar nessa cidade
Tô fumando o cigarro da saudade
E a fumaça escrevendo o nome dela
O prazer de quem tem saudade
é saudade todo dia
O prazer de quem tem saudade
é saudade todo dia
Ela é maltratadeira
Além de ser matadeira
ô saudade companheira
De quem não tem companhia
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde e na doença
Na tristeza e na alegria
Quando o sono não chegar
No mais distante lugar
No deserto beira mar
Dia e noite noite e dia
(Quando o sono não chegar – Cordel de Fogo Encantado)
Não sabia o que me esperava entrando dentro daquela sala escura. Segurava sua mão apertada junto a minha. Os olhos demoraram um pouco para se adaptar a escuridão e as luzes coloridas que pulavam de lugar. Havia um barulho estranho no ar. Nos sentamos e ali ficamos esperando, eu sempre segurando sua mão. No escuro da sala toque e senti seu rosto, como é lindo pensei comigo e lhe dei um beijo dentro da escuridão. Do nada surgiu ele gritando:
- 'Estou aqui para vender uma coisa Estou aqui em pé, no som, na luz Para vender um livro A terra é quem me deu, eu só plantei...
Conversei com loucos seres que me responderam antes da pergunta: (mercadorias e futuro) Estou aqui para vender uma coisa, quem quer comprar? Pode você não usar, mas tem os seus filhos e os que virão Os que cairão dos rasgões do céu e do amanhã (mercadorias e futuro)
"Oh amanhã, o que será o amanhã?" Eu pergunto embriagado pelo vinho, pela dúvida, pelo medo da escuridão O medo da escuridão...'
Aquele ser estranho se apresentou como o nome de Lirovsky, tinha consigo uma máquina estranha. Meus olhos não desgrudavam daquele ser vendendo um livro. Um vendedor de livros que inventou uma parafernália de máquinas em forma de carrinho para ajudar em seu ofício. Dessa aparelhagem, dispara sons, imagens e luz, construindo um aparato de recursos tecnológicos contemporâneos. Ele mantinha esses equipamentos ao alcance do corpo, ativando um arsenal de áudios pré-gravados que, junto com os improvisos, se convertem na trilha sonora que nos mantinha presos no que falava.
Lirovsky puxou um violão e um banquinho e continuou:
-'Vitória, vitória Como é forte a tua luz E é tão doce o teu sabor na boca, Vitória Derrota, derrota Como é forte a tua luz E é amargo o teu sabor na boca, derrota Vitória, saiba que eu sou sem você E a lua que brilha já pode descer, descer Saiba que eu sou sem você E aquele que canta já pode morrer, já pode morrer Já pode morrer'
Eu continuava a segurar sua mão. Sua mão de pele macia, igual aos seus lábios encantadores que emanam beijos de mel. No meio das vozes e das luzes olhava seu rosto compenetrado nas palavras de um profeta vendedor de livros. Através das falas ia contando histórias de Profetas e Profetisas. Suas ultimas palavras antes das luzes se acenderem foram:
-'Lembro sempre da queda das montanhas Sobre a face da terra Extremamente assustada com tamanha aproximação Onde estão as divisões corretas? Onde estão as sustentações da carga toda? Atrás do muros que se levantaram na imagem do infinito? Nos que entenderam tudo com o trágico? Na incenação do fim, no fim por ser nada, e o nada é o que se acaba sempre. Sendo questões de compromisso etério Nas frases que se despregam Sei que já fui um profeta de guerra E o profeto da guerra hoje cuida do futuro O profeto da guerra hoje cuida do futuro No jarro do quintal É o recurso dos impacientes, vencedor do acaso Beberei a água do esquecimento um dia Toda paisagem é muda, e muda O moinho girando ao seu tormento O homem que nasce, que cresce, que sobe, que cai A morte é incerta mas a hora é certa Um é o todo, e por ele o todo e nele o todo E se não contém tudo é nada '
'Um é o todo, e por ele o todo e nele o todo, e se não contém tudo é nada', sai com as ultimas palavras na cabeça. Percebi ao sair da sala que ainda estava segurando sua mão. Você sorria e me abraçava e eu retribuía seus beijos. Minha alma profetizava ventos e estrelas olhando nos seus olhos. Na saída os livros a venda. No livro uma frase escrita para nós dois pelo poeta Lirinha Lirovsky 'Para cima e para baixo como um parafuso...'. Poderá ser um profecia? Sai de lá segurando sua mão, com as profecias na alma e você no corpo todo.
Elisandro Rodrigues
(Ontem fui ver o Espetáculo Mercadorias e Futuro de José Paes de Lira, ou Lirinha, do grupo Cordel de Fogo Encantado. Mais sobre o espetáculo, sobre o livro e as músicas pode ser encontrado em www.mercadoriasefuturo.com.br )
Sou apaixonado por quadrinhos, e nada melhor do que quadrinhos que nos fazem pensar sobre nossa vida. Abaixo algumas falas do Calvin, para quem não conhece acesse aqui (www.depositodocalvin.blogspot.com)
Frases encontradas nas tiras
* "Eu sei, mas por que ele não pode ser injusto a meu favor?" - Calvin, ao ouvir de seu pai que o mundo não é justo.
* "A infância é curta e a maturidade é eterna."
* "Nós estamos tão atarefados olhando com que está a nossa frente, que não temos tempo de aproveitar onde nós estamos."
* "Estaremos de volta assim que formos."
* "Bom de má vontade, mas bom de qualquer maneira."
* "A vida fica bem mais fácil se você mantiver as expectativas de todo mundo baixas."
* "A vida é cheia de surpresas, mas nunca quando você precisa de uma."
* "Se todas as coisas boas durassem para sempre, você saberia como são importantes?"
* "A matemática não é uma ciência, mas uma religião, pois os números se transformam como num milagre, e você simplesmente tem que aceitar."
* "Não sou burro, sou um depósito de informações inúteis"
* "Não há nenhum problema tão terrível ao qual você não pode adicionar um pouco de culpa e fazer ele ficar pior."
* "O mundo não é justo, eu sei, mas por que ele nunca é injusto a meu favor?"
* "Às vezes eu penso que o sinal mais forte da existência de vida inteligente em outra parte do universo, é que eles nunca entraram em contato conosco."
* "Dinheiro! Ha ha ha! Estou rico! Estou rico! Eu posso comprar qualquer um! O mundo é meu! Poder! Amigos! Prestígio!" - Quando ele ganha a primeira mesada, uma moeda.
* "Nada ajuda um mau humor como espalhá-lo"
* "O que é preciso, hein?"
* "É difícil ser religioso quando certas pessoas nunca são incineradas por relâmpagos."
* "Quando se é sério a respeito de se divertir, nunca é muito divertido."
* "Faça o que tem que fazer e deixe os outros discutirem se é certo ou não."
* "O segredo é quebrar os problemas em pequenos pedaços administráveis. Se você lidar com eles, termina antes de saber disso."
* "Um pouco de grossura e desrespeito pode elevar uma interação sem sentido para uma batalha de desejos e adicionar drama a um dia de tédio."
* "Se você se preocupa, você só se desaponta o tempo todo. Se você não se preocupa, nada importa, então você nunca se perturba."
* "Não interessa se você ganha ou perde. E sim como se joga o jogo."
* "Se nós não pudéssemos rir das coisas que não fazem sentido, nós não poderíamos reagir a muitas coisas da vida."
* "É muito mais divertido culpar as coisas em vez de arrumá-las."
* "Eu tentei ser uma pessoa de cabeça aberta,... mas meu cérebro fugiu!"
* "A emoção da caça fica muito menor quando a presa tem pernas curtas"
* "Para estragar o prazer, nada como descobrir que foi educativo."
* "Cedo ou tarde ela vai ter que se questionar se isto vale mesmo o esforço."
* "Os melhores presentes não vêm em caixas."
* "Se a sua segurança emocional depende de satisfazer um desejo que você não tinha antes de ler o anúncio, vá em frente."
* "E se Deus for uma galinha?"
* "Esses dias de verão passam rápido, não é? Pena que a rotina diária de ter que ganhar a vida tenha que te impedir de apreciar estes momentos sublimes da vida."
* "Nós devíamos consertar o nosso planeta antes de sairmos mexendo nos planetas dos outros"
* "Calvin, vai fazer alguma coisa que você odeia!, ser miserável constrói o caráter"
* "A vida é cheia de surpresas, mas nunca quando você precisa de uma."
* "Pessoas sofisticadas usam óculos escuros."
* “Descobri minha missão na terra: fazer com que as pessoas façam a minha vontade. Assim que todos enxergarem isso viveremos em paz.”
* "Eu não faço questão de ser aceito, se eu for só ignorado pra mim já está bom"
* "Oh, Divindade do entretenimento passivo, derramai sobre mim suas imagens conflitantes em velocidade tal que torne o raciocínio impossível." - Calvin, para uma televisão"
* "O problema das pessoas é que elas são apenas humanas."
* "Vivendo e não aprendendo... esses somos nós."
* "Os desapontamentos da vida são mais difíceis de encarar quando você não conhece nenhum palavrão."
* "O mundo provavelmente é mais engraçado para as pessoas que não vivem aqui."
* "Eu sei que a vida é uma jornada, mas eu estou cansado de perder tempo no trânsito."
* "Eu perdi apenas um jogo idiota, meu espirito continua invencível"
* "Ame o pecador, odeie o pecado"
* " Não é porque ele distribui presentes de graça que vai justificar sua incompetência...." - Quando o Calvin escreve para o Papai Noel, pedindo um foguete atômico e ganha 2 meias e uma camisa.
* "Os únicos conhecimentos que eu tenho paciência de aprender são aqueles que não têm uma real aplicação na vida."
* "Meu cérebro quer me matar."
* "Feito a imagem e semelhança de Deus, Sim Senhor..." - Calvin só de cuecas se olhando no espelho.
* "Você sabe que vai odiar uma coisa quando não querem lhe dizer o que é!"
* "Nada como tornar o dia das pessoas surreal."
* "Ai, mas um dia de escola... Eles tentaram a qualquer custo construir meu caráter... mas eu fui duro com eles!" - Quando Calvin chega da escola
* "Eu sou um líder natural! Sou do tipo que comanda! O problema é que ninguém quer ir pra onde eu quero levar..."
* "Eu não posso responder essa pergunta, pois ela vai contra meus princípios religiosos." - Calvin, ao responder uma questão de matemática que perguntava o resultado de 2 + 7.
* "Eu já não sei mais do que eu quero! Eu gostava mais das coisas quando eu não as entendia!"
* "É um novo mundo Haroldo, vamos explorá-lo"
* "Isto é um trabalho para... um outro qualquer!"
* "É mais fácil pedir perdão do que permissão."
* "O problema com o futuro é que ele continua se transformando no presente."
* "Nada como a pressão do último minuto"
* "Como soldados matando uns aos outros resolvem os problemas do mundo?"
* "Acho que os adultos só fingem que sabem tudo!"
* "Ou alguém vomitou no forno ou mamãe andou cozinhando!"
* "Na frente eu escrevi fique boa logo. Dentro eu coloquei: porque a minha cama não foi arrumada, minhas roupas estão espalhadas e eu estou faminto."
* "A vida é como topografia, Haroldo. Há picos de felicidades e sucessos... pequenos campos da chata rotina... e vales de frustrações e fracassos..."
* "Mas considerando que minha vida esta destruída agora, você não poderia pelo menos levar a culpa?"
* "Estou a tanto tempo sem fazer nada que posso sentir meu cérebro se atrofiando."
* "O segredo da felicidade é a estupidez de auto interesse a curto prazo"
* "Eu sou uma pessoa simples...mas de gostos complexos"
* "Desta vez acho que vou ganhar um ponto por originalidade!"
* "Não sei mas é a única coisa que me impede de estrangular você!!" - Uma resposta que sua mãe da a ele, quando ele acorda de madrugada gritando por ela, e ela sai correndo da cama desesperada... e então ele pergunta se o amor é comparável a grandes porções de chocolate.
* "Você não chega a ser mãe se não puder resolver tudo"
* "Nada é ruim o suficiente que não possa piorar"
* "Se você faz o trabalho ruim o bastante, às vezes não lhe pedem para faze-lo novamente."
* "A força para mudar o que eu posso, a inabilidade para aceitar o que eu não posso, e a incapacidade para perceber a diferença."
* "Uma boa camiseta transforma o usuário num outdoor corporativo ambulante."
* "A minha identidade está tão envolvida pelo que eu compro que eu paguei à companhia para anunciar seus produtos!" - Quando Calvin diz que queria que a camiseta dele tivesse um logotipo.
* "A vida é cheia de surpresas ...então porque o ônibus da escola não explode no caminho antes de chegar aqui?"
* "Sabe como Einstein tirava notas ruins quando criança? Bem, as minhas são ainda piores!"
* "Quando você pensa como os utensílios básicos trabalham 'bem', é difícil acreditar que alguém ainda pegue avião."
* "Susie é muito feio abusar de meninos sem escrúpulos." - A mãe de Calvin, quando Calvin apostou com Susie que comeria 5 minhocas.
* "Porque todo mundo tem bons inimigos menos eu???"
* "Sei lá, parece que quando as pessoas crescem, elas não fazem idéia do que seja legal."
* "Má notícia mamãe, prometi minha alma ao demônio esta tarde"
* "Como se a vida não fosse curta o bastante" - Quando Calvin esta tentando acordar o Haroldo
* "Você quer que eu vire ateu??" - Fala isso pra Deus quando ele está esperando nevar no meio de outubro.
* "O mundo não seria tão ruim se pudéssemos sair dele de vez em quando..."
* "Duvido que a minha cobiça por presentes seja maior do que a minha vontade de me comportar mal"
* "Nunca consigo fazer todo o 'Nada' que quero""
* "A vida é bem mais divertida quando você não é responsável pelos seus atos".
Diálogos
* Calvin: "Mãe, você pode me levar de carro até a cidade?" * Mãe do Calvin: "Por que eu deveria levar você de carro, Calvin? Está um dia perfeito lá fora. Pra que você acha que as pessoas têm pés?" * Calvin: "Pra pisar no acelerador."
* Calvin: "Haroldo, o que você acha que acontece quando a gente morre?" * Haroldo: "Eu acho que a gente fica tocando saxofone num cabaré só pra mulheres em New Orleans." * Calvin: "Então você acredita em paraíso?" * Haroldo: "Chame do que você quiser."
* Calvin: "Não se pode abrir a criatividade como uma torneira, você tem que estar no pique certo." * Haroldo: "E que pique é esse?" * Calvin: "Pânico do último minuto"
* Calvin: "Você não pode subir aqui, Susie! Meninas não entram." * Susie: "Em primeiro lugar, que diabo faz você pensar que eu queira subir nessa árvore idiota?" * Calvin (depois de alguns segundos de silêncio): "Só uma menina pode tirar o divertimento que existe na discriminação sexual..."
Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:
O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.
Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.
[...]
1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.