- Ei menina o que ouve! Você está escorregando da minha mão...não me solta. Lembra-se que você me disse para não te largar nunca. Eu não vou largar, mas você não pode largar também...
- Meu menino me desculpe. Pensei que a companhia de alguém, que ser levada voar e conhecer outras coisas me faria bem, mas na verdade não. Não tenho coragem para seguir adiante. O meu medo é maior do que o meu amor. Minha insegurança me domina. Meu não saber ao certo o que eu quero me deixa presa com os pés no chão e não consigo voar.
O menino no alto das nuvens tenta segurar mais forte a mão dela, que aos poucos vai se soltando da sua.
- Não faça isso! Segure mais forte a minha mão...
- Não posso continuar assim. Se continuar a segurar sua mão irei lhe machucar, preciso soltar e voltar a achar meu caminho sozinha..
- Eu posso lhe ajudar não seja estúpida não faça isso...
- Sinto muito meu menino. Continue a voar por todo o lado carregado pelos bons ventos, pelos sons e pela música do mundo.
Dizendo isso a menina largou a mão dele. No alto das nuvens algumas lagrimas escorreram pelo seu rosto enquanto ele a observava caindo feito uma pena leve muito leve. Quando ela era apenas um pontinho na imensidão do azul do mundo ele colocou seu nariz de palhaço e voou mais alto sumindo na imensidão sentindo-se como se fosse um palhaço de um circo sem futuro e nunca mais se soube do menino com asas pequenas e da menina que ficava em cima da colina.
Elisandro Rodrigues
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