P.S: Um cheiro e um beijo na alma
Ele a encontrou três vezes todas por acaso. A primeira vez a achou chata e bonita. Chata pelo fato de só reclamar e colocar defeito em tudo. Passaram uma noite inteira caminhando de bar em bar até sofrer um assalto, frustrado é claro por parte dos assaltantes que não tinham o que levar além de livros. Nesta noite ele a percebeu, notou a leveza do olhar ao mesmo tempo em que os inúmeros mistérios que habitavam nele. Disse a si mesmo, e a ela, que nada era por acaso.
A segunda vez que a viu foi por acaso. Ele estava assistindo a uma peça de teatro de rua e ela o viu. Ela estava indo entregar documentos da locação do novo apartamento onde ia morar. Ela o viu e veio falar com ele. Ele achou-a mais bonita do que a primeira vez, percebeu a alegria e a espontaneidade dela. Encontraram-se ao acaso, mas o sorriso e o rosto dela não lhe saíram mais da memória.
Na terceira vez ele a encontrou em sua casa. Em uma noite fria ele percebeu a sensibilidade e a inteligência dela. Conversaram sobre suas histórias de vida enrolados em um cobertor sentindo o vento frio nos rostos e olhando as luzes da cidade pela janela. Dormiram juntos. Sentindo um o calor do outro, não se beijaram nem se abraçaram mas suas almas estavam em festa por estarem um ao lado do outro. Na manhã seguinte ele saio cedo, deixou-a dormindo com um bilhete que dizia: “Gosto-te pretinha”. Antes de sair deram-se um abraço demorado e gostoso. Ele saio voando feito borboleta e cantando como criança.
Ao voltar para casa pela noite encontrou um bilhete deixado por ela estava escrito “P.S Te gosto...”.
Ele não sabe quando vai encontrar ela novamente, não sabe se o acaso lhe possibilitará mais um abraço e quem sabe um primeiro beijo.
Morena (Lambari)
Permita morena, que eu sonhe contigo, num rancho onde abrigo meus dias de frio
Permita morena, que eu veja teus olhos, buscando os meus olhos nas águas do rio
Permita morena, que eu pegue a guitarra, e solte as amarras da minha ilusão
E cante num verso meus ternos segredos, vestidos de medo, amor e paixão
Permita morena, que eu ceve outro mate, pra dor que me bate nesta solidão
Permita morena, que chame teu nome, matando a fome do meu coração
Se acaso morena teus olhos luzeiros, tiver paradeiro em outro olhar
Perdoa morena meus olhos tristonhos, perdoa os meus sonhos se contigo eu sonhar
Perdoa morena, se trouxe comigo, teu lindo sorriso na graça do olhar
Perdoa morena, se tenho saudade, me falta coragem pra te procurar
Não chores morena se à noite sinuela, povoar de estrelas teu meigo sonhar
E quando enxergares a estrela cadente, é meu sonho insistente a te cortejar
Elisandro Rodrigues
Julho de 2008 - Frio, chovendo e saudades no coração...
Um comentário:
EnoO!
Lindo texto, já estava sentindo falta de ler-te.
E você como está ?
Saudade Uai !!
BjoO
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