5.11.10

Vento a dois...

Ventando feito louco vem esse tempo vendaval

vendaval que leva tudo

corpo, alma,

papéis e pensamentos.


Louco é o tempo ventado pela saudade

Chamando a brisa do abraço


Venta longe

Venta forte

Venta pra encurtar a distância

Vento beijos

Vento sonhos para longe de mim


Espero que o vendaval leve meu amor junto ao seu


Espero ….. que a chuva não apague....


mas que acenda, [todo sopro que apaga uma chama, reascende o que for pra ficar]

que relembre todo o tempo

que aqui estou contando os dias nas passadas do vento

nos pingos da chuva.


O vento embala meus sonhos e meu amor

e no cheiro que me chega

a saudade dos teus cabelos

No ventar do s[m]eu corpo eu vou....


Vanessa Lopes e Elisandro Rodrigues


Um comentário:

Preta Lopes disse...

Mérito seu!
Hoje eu estava tão ruim com as
palavras!

Saudade!!!!!!!!!

BeijãoO Menino

Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento