5.11.10

“Siente como sopla El viento...” - Portfólio [Intervenção] Agosto




“Siente como sopla El viento...”

Portfólio [Intervenção] Agosto
Elisandro Rodrigues

(luz apagada começa o vídeo. Enquanto passa o vídeo vou construindo uma intervenção estética na sala com elástico e objetos – livros, palavras, cartazes, pendurados. Após o termino do vídeo inicia-se a leitura caminhando pelo espaço)

Tecetura de Vozes - Subjetividades trazidas pelo vento
*Sente como sopra o vento dentro da casa vazia?
Mas para que serve o vento?
Dizem também que serve para girar cata-vento e assim ele pode levar e trazer fragmentos de subjetividade.

*Quero lhe dar um ABRASUS, mas que SUS nós temos?

*Desculpa incomodar vocês, mas sabem me dizer que dia é hoje?

*Tio, tio, me dá uma moeda?

*Você é louco?

*Um desejo: escutar o silêncio nos corpos concretos que permaneceram – cinzas, vestígios, traços - e nas imagens fotográficas que captaram essa sua passagem material. Escutar o silêncio dos corpos concretos e o silêncio das imagens que os fazem parecer como marcas de um tempo que já não existe. Escutar o silêncio...(Eugénia Vilela)

*SILÊNCIO

*Raciocinar com os pés.

*Se eu sair do hospital eu vou habitar a cidade?

*Por onde ele anda?

*Existia uma cortina nessa janela?

*Qual é nossa clinica?
Qual é a nossa prática?

*Que música é essa que toca?

*Pensamentos traçam um caminho de vento.

*O fragmento é para o pesquisador o que o sampler é para o músico: um exercício de liberdade, mais um elemento desmantelador da noção da autoria, ao representar a criação como um jogo de pirataria, uma colagem feita por DJ´s – Denilson Lopes, nós os mortos em Rosane Preciosa ‘Rumores Discretos da subjetividade’.

* Subverter espaços

*Se virar nos trinta para colocar comida em casa

*Complexidade

* Rumores discretos numa vazies propulsora dos fios de nossas vozes numa poiética dos corpos e roupas

*Falta amor e encantamento na minha vida
*Onde fica o rabo do mundo?
*Mares que se molham e espalham as securas dos dias que nos movem...
*Poiética do silêncio
*Vidas que se inscrevem nos corpos
*Bêbado de informação
*Sujeitos são produzidos nas práticas sociais e nas relações
*Pensamentos que brincam com o vento
*Um corpo, uma engrenagem de sensações que intrigam textos o tempo todo (Rosane Preciosa)


*Canções sobre o vento (Utilizadas no vídeo)
Canciones al viento (La trampa)
Nada sabe el viento
que nunca se queda
que todo ayuda a perder.
Soplan desde el alma rachas de aire nuevo
que al fin le harán comprender.

Acomodador (El Robot bajo El água)
El viento se lleva las cosas que uno deja que se lleve
Y deja de llevarse las que uno deja que se queden
El agua no está tan fria una vez dentor de ella
Y el cielo nunca esta gris después de una tormenta
La película de tu vida se proyecta a todo color
si queres entrar al cine a verla no esperes al acomodador
Desde Adentro (Vieja Historia)

Me encanta perder el tiempo,
me encanta perder todo lo que nunca tengo.
Mira como sopla el viento,
pasa una nube tras otra.
Mira como sopla y solpla.
Siente como sopla el viento, viene desde adentro, desde mi balcón.
La gente alla abajo ya no esta tan loca.
Ella tiene miedo de su propia boca.
La gente alla abajo ya no siente pena.
Suena una guitarra tocando sus venas.
Siente como sopla el viento, viene desde adentro, desde mi balcón.
Siente como sopla el viento, viene desde adentro, de mi corazón.
Sabes que es lo que pasa hoy.
Por mucho que despegues no llegás a ver el sol.
Viento, que despeina la ilusion de ser un hombre util siendo yo.
Ellas vuelan juntas, yo las veo pasar,
parecen estrellas pero brillan más.
Y si nunca olvido lo que pudo ser,
no creas si digo que ya te olvide.

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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento