5.2.09

Poeminha


(Texto de uma amiga)

Pequeno grande menino...
Olhos fascinantes, brilhantes como o cosmos em tempos de câncer;
Sorriso belo como um dia ensolarado, cintilante!
Canções, contos, rodas, abraços, um pouco deste ser tão sereno...
Teu semblante meigo, cativa o meu ser;
Somente pelo cheiro
Dia de lua cheia, minguante, crescente,
Noites ... Que ao teu lado queria estar, abençoados e iluminados pela luz da lua.
Te mimo!
Te Amparo!
Te Quiero!
Sempre!
Menino levado...
Abraça-me...

Camila

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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento