20.3.13

Da Resistência da Vida



Da luta não me retiro”[Fernando Anitelli]

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Dia 22 de Fevereiro de 2013.
Uma categoria.
Trabalhadores da Educação decidem paralisar.
01 de Março de 2013.
Uma categoria decide entrar em Greve.
20 de Março de 2013.
Uma Categoria decide voltar da Greve.

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Foram muitas as horas, os minutos em que os Trabalhadores da Educação lutaram, gritaram, caminharam, “churrasquiaram”, cantaram, pularam, choraram, riram, esbravejaram, ….
Foram muitas lutas.
Foram 27 dias em que uma Categoria agüentou as formas de opressão que uma Administração de um Partido [dito] dos Trabalhadores exerceu. Assedio Moral. Mentiras. Falsas Falas. Falsas Informações.

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Gostaríamos de acreditar que tudo isso não foi em vão.
Queremos acreditar na vida, e como nos diz Foucault, “A vida torna-se resistência ao poder”. Que nossas vidas. Nossos Suspiros. Nossas palavras sejam de Vida.
Que nossa luta seja uma luta de Resistência, que tenhamos um pensamento de Resistência.
Que nossa fala. Nosso grito. Seja Resistência.
“Não há razão para celebrar, nem para chorar”[Foucault] mas há razão, há emoção para “participar das lutas, das resistências”[Foucault].
Que emanemos um Devir-Revolucionário. Que emanemos Afecções de Resistência.
Que emanemos outros punhos erguidos. Outras caminhadas. Outros sambas e marchinhas. Que nossa VIDA seja EDUCAÇÃO. Que nossa EDUCAÇÃO seja de QUALIDADE.
Pois da “Luta não me retiro”. Da luta não nos retiremos!

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Entra[saí]da - Manoel de Barros

Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim:

O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz.

Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem.

[...]

1)É nos loucos que grassam luarais; 2)Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades.

Siente como Sopla el Viento