Sentado na beira da calçada Zó observava a multidão passar no alto de suas fragilidades. Pensava ele que as pessoas eram muito frágeis com seus medos, suas ilusões. Lembrou de uma frase lida em algum pedaço de papel qualquer "As pessoas se despedaçam tão facilmente, sonhos e corações também."(Neil Gaiman - Coisas Frágeis).
Zó sabia que aquelas pessoas que caminhavam com seus semblantes sérios, taciturnas, carregavam grandes fardos. Não estranhava que as vezes, no meio daquela multidão, alguns caminhassem chorando.
Naquela aglomeração uma destacou-se nos seus olhos por um corolidodetristezaaomesmotempofeliz que saltitava entre vitrines olhando uma boniteza artificial e pessoas que ela parava na rua. Não entendendo o que se passava e pela sua curiosidade gritante saio do conforto de seu assento para olhar mais de perto aquele ser.
Chegando perto Zó viu que se tratava de alguém como ele. Sem querer, mais querendo, ele esbarrou naquele ser corolidodetristezaaomesmotempofeliz, Ela, pelo que Ele se surpreendeu foi logo dizendo:
- Aqui sou eu que estou pedindo vai achar outro lugar.
Sem entender nada falou: - Não quero pedir nada, só fiquei curioso por você. Ela o olhou estranhamente com uma delicadeza e uma ternura de criançaevelho.
- Sendo asssim, muito prazer. Pode me chamar de Lou....de Loucura.
Zó falou seu nome e voltou para seu canto de observação. Ficou olhando a menina Loucura caminhar por entre a multidão e vitrines.
Elisandro Rodrigues
(Depois de algum tempo um ato de criação...)
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