As Brasas são apegadas ao querer delas, ao sentir delas, ao afeto delas por aquele não sabe se vai nem se vem. O vento não, o vento e decidido, sopra, brisa, venta, sacode, acalma, desacalma. E ele é assim, vem quietinho nas tardes de mormaço e faz um afago no nosso rosto, é assim que ele chega na brasa, de mansinho e a acende tornanado-a mais bela e bonita do que antes. Ele fica ali um pouquinho olhando admirando a boniteza da dança e depois vai soprar em outro lugar. E assim a brasa apaga - ou achamos que ela apaga, pois a teimosia dela persiste depois que o vento vai, ela fica lá quietinha até ele voltar e o sopro acontecer novamente.
Elisandro Rodrigues
P.S: Que nesse ano que se aproxima sejamos uma mistura da teimosia de Vento e Brasa.