Este trecho acima, de uma música chamada “Pedagogia de Deus”, e também tema de ordenação Presbiterial do autor da música e amigo meu, Marcos Broc, me fez pensar nos ultimo dias sobre a doação, a oblação. Este reflãozinho está deste a ultima quinta feira indo e voltando. Para ver se ela saia de uma vez por toda tentei cantar, escutar a música toda, escutar outras músicas e nada, resolvi então escrever sobre este reflão, não sei se adiantará.
Esta frase “o que quer que eu faça por você?” é uma frase bíblica, quem vai nas celebrações, missas, quem já leu o novo testamento irá encontrar ela lá, em um dialogo do cego Bartimeu e Jesus (Não vou procurar a citação na integra pois não faço idéia aonde se encontra dentro da bíblia quem souber me diga). Este dialogo é um dialogo forte, onde a frase fica ainda mais marcante.
É difícil ouvirmos alguém perguntar: O que quer que eu faça por você? Quem sabe nos supermercados e nos bancos onde os atendentes usam algumas blusas escritas “posso ajudar?”, ou quando vêem que estamos com dificuldades para utilizar as ferramentas destes lugares. Além disso, onde ouvimos esta frase hoje em dia? Tento recordar, canso de pensar (e olha que estou pensando nisso a uns 5 dias), e não me lembro da ultima vez que alguém se reportou a mim dessa forma. Acho que nos últimos anos também não me recordo de nada nesta linha. Acredito que nem mesmo eu tenha feito está pergunta.
A ultima semana foi corrida, apresentação terça e quarta na escola Auxiliadora em Rio Pardo, onde foi muito legal trabalhar com as crianças, quinta a domingo em Frederico na ordenação e primeira missa do (Padre) Marcos Broc e visitar a minha família, coisa boa isso também, sentir-se em casa, tomar banho de sanga, de cachoeira, carnear porco, tratar dos animais. Mas todas estas atividades serviram para refletir sobre por que não nos doamos mais? O Padre Marcos é de uma congregação chamada Oblatos de São Francisco de Sales (OSFS), e oblato é quem se doa, a hóstia, eucaristia, que se coloca no altar para a doação.
Fazer um processo de despojamento, de doação nos dias que correm não é possível, as pessoas não se entendem, e não entendem mais umas as outras, não convivem como se fossem amigas, não existe relação. Os grupos de amigos são poucos, as relações verdadeiras menores ainda. O que acontece com o mundo. Em um trabalho da faculdade escrevíamos que o mundo está doente. Só pode estar mesmo. Doente de doação. Falta solidariedade e compaixão. Falta relacionamentos.
Acredito que estás coisas sejam obvias, que todos e todas já sabem disso. Mas se sabemos disso por que não mudar. Continuo não entendendo, e como diz um escritor de quadrinhos, Warren Ellis, em uma de suas hq´s chamada “Planetary”: Mundo estranho este.
E vai continuar estranho. Vai continuar as pessoas não se doando, não fazendo uma simples pergunta “O que quer que eu faça por você?”, você precisa de ajuda, de uma mãozinha, de uma força, de um “help”. Continuarei por ai, tentando achar pessoas que façam estas perguntas, e também tentando faze-las. A exemplo do Marcos, que se dou, e se doa, por uma causa que acredita.
Novembro de 2007Sobrando tantas perguntas.....
Sobra Tanta Falta
Quem souber me salve...