A primeira imagem seria de uma fotografia de seu quarto-o seu quarto- pegando na imagem sua cama, sua estante com livros a pandorga pendurada próxima a cama. Se o espectador olhasse a foto não acharia nada diferente mas se olhasse atentamente iria reparar no cartão postal em cima da cama. No cartão poderia ser visto um barco ancorada na areia próximo a uma praia. Se pudesse ler o cartão se emocionaria com as palavras de saudade e de amor – mas isso era impossível, aconteceria se tirasse uma foto do verso do cartão.
A outra imagem que compunha em sua mente era a dele mesmo sentado dentro de um ônibus com um livro aberto em suas mãos em uma página marcada por uma pétala de flamboyant. Ele olhando para fora e via a chuva cair sob os carros que passavam apressados no início da manhã. A foto tirada pelo lado de fora mostraria a janela do ônibus com gotas de chuva em uma imagem meio ofuscada daquele homem olhando para a chuva do outro lado do vidro.
A trilha sonora para o curta seria na seqüência: Ele olhando o cartão em cima da cama ao som de “Não deveria se chamar amor” de Paulinho Moska. Para a segunda imagem do ônibus uma seqüência de pedaços das músicas “Estrela” de Vitor Ramil; “Prato do dia” do Teatro Mágico e “Preta” do Cordel de Fogo Encantado – elucidando a chuva que continuava a cair.
Poderíamos escutar estas musicas juntamente com o pensamento dele: 'Busquei encontrar minha alma em muitos lugares fui encontra-lá nos olhos dela. Gira o mundo num catavento. Brilha o mundo nos olhos dela – You´re a part time lover and a full time friend. Nossos caminhos são feitos de nuvem e pedra – às vezes o lugar onde queremos chegar fica exatamente onde estamos, mas precisamos dar uma longa volta para encontrá-lo(Satolep de Vitor Ramil)'.
Após terminar de dizer isso pausadamente enquanto olhava a chuva cair no transito lento da cidade ouviríamos o início da música “Quantas vidas você tem?” do Paulinho Moska juntamente com os créditos que iam aos poucos aparecendo. Antes de terminar os créditos a imagem dela apareceria – uma foto onde ela lê uma carta em meio a um sorriso, percebemos o sorriso apaixonado e o vento na fotografia – é percebemos o vento nas árvores.
No final do curta, depois da imagem desaparecer devagarinho aparecia ele descendo do ônibus e caminhando na chuva fina do mês de dezembro e flores de flamboyant colorindo o chão por onde passa – juntamente com as flores caindo inicia-se a música “Nosso Amor é Filme” do Cordel de Fogo Encantado. A ultima imagem que vemos é a câmera focando em uma flor vermelha com gotas de chuva sobre ela.
Se fosse fotografo ou cineasta essas serias as imagens transpostas de sua mente para a fotografia e vídeo, mas, como não era nenhum dos dois, era apenas um apaixonado em uma quarta-feira, continuou a ler seu livro enquanto a chuva cai-a.
Elisandro Rodrigues
Um comentário:
quem dera meu amor fosse filme. Meu amor além de egoísta, nunca foi feliz para sempre.
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