Na paisagem que se sobressai sobre a cidade cartazes fixados sobre os prédios profetizam anúncios luminosos tornando o invisível visível. Sinto no ar uma mistura nebulosa de potência e fragilidade [olho com o canto dos olhos para ela que continua imóvel ao meu lado] junto com o aroma doce dos ja[rdins]smins da rua.
O cachecol enrolado em meu pescoço dança brincando com o vento alcançando o corpo dela [seus olhos se perdem -assim como os meus na cidade de pedra]. Nada será como antes, penso eu. Assim como a cidade nunca é ela mesma ao anoitecer. Faço menção em virar-me e ir embora, uma palavra escapa dos lábios dela levadas pelo vento ao meu ouvido: [te amo].
Elisandro Rodrigues
[produzido na oficina de literatura potencial - curso de extensão transcrições no cotidiano]
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